Quando nos
matriculamos na disciplina de Mídias e Educação, estávamos cheias de
expectativas, pois apesar de já ter ouvido falar (pouco) sobre mídia, consumo e
a influencia que ambos exercem na vida de crianças, jovens e na nossa própria
ainda não havíamos aprofundado os estudos a cerca destas questões. Ao longo da
disciplina, construímos diversas aprendizagens e desconstruímos algumas
"verdades", hoje quando nos deparamos com um comercial de TV, um
anuncio em uma revista ou até mesmo um outdoor, muitas vezes, conseguimos
enxergar aquilo que está implícito a apelação por baixo da sedução, parecem
nos dizer a todo momento: "Consuma para ser feliz", "Consuma
para viver melhor", "Consuma"... Acreditamos que esses encontros
foram de total relevância tanto para a nossa formação acadêmica, quanto para
nossa formação pessoal, pois através das aulas e leituras propostas, aprofundamos
nossos conhecimentos, (re)significamos nossa visão de mundo e aprendemos a
aceitar teorias que antes, não compreendíamos direito. Graças a disciplina de
Mídias e Educação, e as atividades propostas durante o semestre, conseguimos
chegar a uma compreensão mais profunda sobre as infâncias (pois entendemos que
não existe uma unica infância para todas as crianças, uma vez que existem uma
gama de fatores que determinam o modo como as crianças vivem a infância . Outro
fator decisivo em nossa aprendizagem foi a quantidade de videos/documentários que assistimos, neles conseguimos visualizar melhor a teoria que estudávamos e
ao mesmo tempo nos ajudava a conhecer melhor essas crianças e jovens que
estavam ali retratados. O que sentiam as crianças que não tinham condições de
consumir tudo o que queriam? Como é a vida dos adolescentes que passam a maior
parte do seu tempo conectados na internet? E quais são as consequências causadas por esse bombardeio midiático Essas e muitas outras questões nos
foram respondidas durante as aulas, durante os diálogos que realizamos em grupo e também durante as leituras
individuais que tanto nos auxiliou a aperfeiçoar nosso modo de ver o mundo. Uma
das temáticas que mais nos inquietou e por isso se tornou a mais significativa
foi a grande influencia da mídia na construção de uma sociedade de
consumidores, desde muito pequenas, as crianças são bombardeadas com imagens
convidativas de coisas (brinquedos, roupas, acessórios entre outros) que elas
pensam ser essenciais para viver. Essa criança, habituada a consumir, as vezes
sem limite, tudo aquilo o que quer se torna um adolescente que mede sua
felicidade pelas coisas que possui: o ultimo modelo de celular, o computador de
ultima geração, a roupa de marca mais
cara, etc. Percebemos assim que as pessoas, tanto crianças, quanto jovens e
adultos passam a ter valor por aquilo que possuem e não por seu caráter suas
ações ou valor e foi exatamente isso que deu origem ao nome do nosso blog
nessa sociedade de consumo é mais importante parecer ser do que realmente ser.
Como já falamos acima, essa disciplina foi de total relevância em nossa vida
acadêmica, tanto que acreditamos que ela deveria estar no currículo como
disciplina obrigatória, pois as questões aqui problematizadas deveriam ser
partilhadas por todos os graduandos de pedagogia.
Ser ou Parecer? Eis a questão!
Este blog foi criado a partir de uma proposta de trabalho da disciplina de Mídias e Educação da Universidade Federal do Rio Grande. Neste espaço, pretendemos dividir com os leitores nossas reflexão a cerca da influencia da mídia em uma sociedade de consumidores. Fran e Nathy
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
domingo, 21 de outubro de 2012
A influência das mídias nas relações humanas
“Diálogos com Bauman: pensando a construção das adolescências na
contemporaneidade” foi um seminário em grupo proposto pela Professora Joice e
pelo Professor Márcio no qual deveríamos ler uma carta do livro e depois
apresentá-las aos demais colegas. Ao nosso grupo, coube a carta de n 5,
intitulada: Como fazem os pássaros. Nesse texto, Bauman nos apresenta seu olhar
sobre o website twitter, criado em 2006 por Jack Dorsey. Após a apresentação da carta, nos foi proposto que fizemos uma postagem
no blog problematizando algumas questões do texto, fazendo relação com um
artefato cultural - no nosso caso, a reportagem: “Estudo revela que usuários são mais sinceros por
mensagens de texto” – e também com a disciplina de mídias e educação. O
texto, entre outras coisas, fala sobre as relações humanas, sobre como está se
perdendo a durabilidade dessas relações. Entendemos que por causa da correria
em que vivemos atualmente, a internet se tornou uma ferramenta muito útil ao
ser humano, pois através dela conseguimos manter contato com família e amigos
mesmo que a distancia, porém acreditamos que a internet está ocupando um espaço
muito grande em nossas vidas, muitas vezes mais importante do que as pessoas
que estão a nossa volta. Essa
reflexão nos levou até a reportagem citada acima, onde um estudo mostra que as
pessoas são mais sinceras nas mensagens de texto. Isso nos mostra que as
pessoas estão preferindo se relacionar através de qualquer meio tecnológico do
que ter um contato “cara- a- cara” e ainda se sentem mais seguras para falar
sobre seus sentimentos enviando um sms do que em uma conversa franca frente a
frente. Através
dessa analise, percebemos o quanto os artefatos midiáticos influenciam a nossa
vida. Estamos nos moldando por meio do que vemos nas redes sociais, na TV, nas
revistas e em tantos outros veículos de comunicação e estamos aceitando esse
molde da forma mais natural possível sem nos questionar sobre as conseqüências que
essa relação virtual trará para as nossas vidas.
Segue abaixo link da reportagem "Estudo revela que usuários são mais sinceros por mensagens de texto"
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Produzindo uma propaganda: Adolescência e consumo
O que as propagandas nos dizem? Que discursos estão implícitos por trás de cada uma delas? Que mensagens tais propagandas veiculadas nos meios de comunicação estão querendo passar? São muitas questões que envolvem esses modos de endereçamento, são muitas mensagens, muitos discursos que, para nós, às vezes passa despercebido. Para nós que estamos estudando Mídias na Educação fica mais fácil, até por analisarmos tais propagandas com certa criticidade, mas mesmo assim sempre nos foge algo no momento de analisar tal artefato (propaganda). Fizemos um trabalho onde a proposta era escolher uma propaganda voltada para o público adolescente com o objetivo de analisar, de forma critica, as estratégias empregadas no anuncio escolhido pelo grupo. Escolhemos, para tal analise, um comercial do biscoito recheado mini traquinas, (link abaixo). No vídeo de aproximadamente 30 segundos, vemos uma mãe que imita a filha no modo de falar, descrevendo todas as vantagens de consumir mini traquinas no lanche da escola. No momento em que a mãe formula a ideia de que comendo traquinas el@s ficarão lind@s maravilhos@s e super- poderos@s, isso dá às crianças e adolescentes a certeza de que devem consumir esse tipo de alimento. Por isso decidimos por essa propaganda, por entendermos que esse tipo de informação midiática instiga os jovens a se ingerir esse tipo de alimento, abrindo mão, muitas vezes, de uma dieta saudável e equilibrada. Podemos perceber neste anuncio o grande poder de sedução que ele causa nos jovens, e a entedemos como uma pedagogia cultural, onde entra em nossas casas com uma sutileza, com um pretexto de fazer alguém mais “feliz”, mais “linda”, mais “poderosa”. Estes artefatos midiáticos estão em toda parte do nosso dia-dia; na TV, nas revistas, nas escolas; enfim, esses modos de sedução vem para nos fazer acreditar, nos fazer querer ser o outro, parecer ser o outro. Como podemos observar no quadro abaixo, mini trakinas tem em seu quadro nutricional:
Item
|
Quantidade por porção
|
VD*
|
Informação Nutricional Porção de 25g (8
biscoitos)
|
||
Valor energético
|
121kcal
|
6
|
Carboidratos
|
16g
|
5
|
Açúcares
|
7,2g
|
**
|
Proteínas
|
1,7g
|
2
|
Gorduras totais
|
5,3g
|
10
|
Gorduras saturadas
|
1,6g
|
7
|
Gorduras monoinsaturadas
|
2,6g
|
**
|
Gorduras poliinsaturadas
|
0,9g
|
|
Gorduras trans
|
0g
|
**
|
Colesterol
|
0mg
|
0
|
Fibra alimentar
|
1g
|
4
|
Sódio
|
58mg
|
2
|
Vitamina A
|
50µg RE
|
8
|
Vitamina B12
|
0,20µg
|
8
|
Vitamina B9
|
20µg
|
8
|
Ferro
|
1,1mg
|
|
Zinco
|
0,58mg
|
8
|
(*) Valores Diários de Referência com base em uma
dieta de 2.000 calorias ou 8.400 Kj.
(** )Valor Não Estabelecido |
||
Segue a baixo a propaganda¹ e a contra-propaganda² que fizemos a partir do anúncio escolhido:
¹
²
sábado, 28 de abril de 2012
Mídias, infância e consumo.
“Criança a alma do
negócio”, o nome deste documentário já diz tudo. Diz que a criança é a alma de
uma grande marca, de uma audiência de programa, de um mundo de consumo
completamente compulsivo. A criança como o alicerce de uma sociedade
capitalista e “selvagem” que vem fazendo com que a cultura infantil seja de
certa maneira bestificada, sendo o entendimento de cultura infantil a produção
de sujeitos compradores, consumistas.
É incrível ao mesmo
tempo chocante ver que as crianças estão sendo constituídos, em seus modos de
ser, em suas identidades, o ter é mais importante do que ser, o parecer é mais
significativo do que o ser. O publico infantil vem sendo bombardeado com produções
midiáticas que as levam querer sempre, propagandas em meio aos desenhos
animados fascinam a criança a querer um brinquedo novo, e o desejo de querer
faz com que os pais comprem, para poder ver seus filhos felizes ou até mesmo
pelo discurso de ver seus filhos quietos dentro de casa brincando. Pode isso
até dar certo, mas o que vemos hoje é somente o consumismo a vontade de ter
aquele brinquedo, no momento que a mídia mostra outro mais atrativo logo seu
desejo pelo antigo acaba. E é assim sempre. E o consumismo sempre presente né!
Precisamos nós futuros
educadores intervir ou de alguma maneira tentar diminuir essas “pedagogias
culturais” (Shirley Steinberg) que seduzem seu publico alvo, no caso as crianças. Podemos na
escola propor trabalhos como analisar artefatos midiáticos, tais como: jornais,
revistas, vídeos, filmes, propagandas, entre outros; e pedir para que as
crianças identifiquem falas ou propagandas que acham mais interessantes e assim
propor uma discussão sobre esses “modos de endereçamentos” (Fischer), o que
pensam? Se acham significativo ou não para sua vida? Dessa maneira podemos problematizar
junto às crianças esses tipos de significações existentes no contexto deles.
Fazer a criança pensar, problematizar e criticar tais assuntos e ajudar a mesma
a re-siguinificar sua identidade, seu
modo de ser e não o de parecer ser.
Abaixo elencamos um artigo que fala sobre mídias, infância e
consumo:
Sociedade de Consumidores
Quando se fala em mídias, a grande maioria da população logo pensa na TV, por vezes esquecemos que mídia também são imagens, músicas, a própria internet, enfim, tudo aquilo que de alguma forma nos influencia, nos interpela. Esse bombardeio de modos de ser, modos de se comportar, começa lá na infância, as crianças começam à, principalmente, assistir TV muito cedo, por isso são muito mais influenciáveis, assim a mídia vai constituindo os sujeitos, lhes dizendo o que comer, o que vestir, que programas assistir, entre outras coisas. Está formada uma geração de consumidores! A mídia em geral, gira em torno do consumo, novos produtos circulam nos intervalos da sua novela favorita ou alguns segundos antes de você assistir um vídeo no you tube, propagandas dizendo compre para ficar na moda, compre para emagrecer, compre para ser feliz. E nós, como consumidores dóceis que somos, compramos. Nosso papel como educadores (ou futuros) é problematizar essas questões, mostrar para nossos alunos (e para nós) que essa vida de consumo exagerado nos prejudica duplamente, pois além de não trazer a prometida felicidade causa danos, muitas vezes irreversíveis ao planeta. A analise de músicas, vídeos, filmes e programas de TV é uma maneira de fazer um trabalho pedagógico de conscientização sobre essas questões com as crianças, mostrar a elas através da própria mídia que consumindo exageradamente, temos muito mais a perder do que a ganhar.
Abaixo segue um vídeo que construímos acerca dessas questões.
sábado, 31 de março de 2012
Mídias e Educação: Como a entendemos.
Pensar mídias e educação na contemporaneidade está se tornando cada vez mais necessário, pois uma está relacionada a outra. Entendendo que mídia não é apenas um CD ou um programa de TV, mas sim toda e qualquer propaganda (novela, comerciais, rádio, programas de TV, filmes, entre outros) que nos interpela. Partindo do pressuposto de que as mídias nos educam (ou tentam),e as possibilidades de aprendizado que elas nos proporcionam, precisamos ter consciência de que nem tudo que está na mídia é bom ou nos faz bem. Não estamos querendo dizer (longe disso) que as mídias nos influenciam constantemente, mas estamos tentando mostrar que é preciso ser critico e não aceitar tudo que nos é imposto como uma única e exclusiva verdade, como vemos nitidamente em alguns programas de TV que querem nos mostrar diariamente que estamos "fora dos padrões" que a sociedade deseja. Isso nos leva a pensar como esses artefatos midiáticos estão constantemente imbricados na educação. As mídias estão cada vez mais presentes no dia-a-dia das escolas e consequentemente das crianças, para nós, adultos, já é bastante complicado agir de forma critica em relação as mídias, no entanto para as crianças essa tarefa se torna quase impossível. São milhares de programas, comerciais e produtos direcionados especialmente a elas, que acabam se tornando consumidores compulsivos, isso nos faz pensar que assuntos como a mídia devem ser problematizados constantemente em sala de aula, para que essas crianças e jovens possam se tornar mais "autônomos" em relação as suas próprias vontades,pois na maioria das vezes essas vontades foram impostas pela própria mídia. Sabemos que esse tema "Mídias e Educação" vai muito do ponto de vista de cada pessoa, por isso nossas expectativas em relação as discussões na sala de aula e também sobre os textos que estudaremos ao longo da disciplina são as maiores possíveis. Acreditamos que esse tema seja de total relevância em nossa vida acadêmica, por isso esperamos no decorrer do semestre descobrir mais sobre esse universo tão novo e tão necessário em nossa formação, através de diálogos ricos, trocas de ideias com os demais colegas, professores e monitoras e também através da nossa própria reflexão a cerca das leituras e das aulas.
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