sábado, 28 de abril de 2012

Mídias, infância e consumo.


“Criança a alma do negócio”, o nome deste documentário já diz tudo. Diz que a criança é a alma de uma grande marca, de uma audiência de programa, de um mundo de consumo completamente compulsivo. A criança como o alicerce de uma sociedade capitalista e “selvagem” que vem fazendo com que a cultura infantil seja de certa maneira bestificada, sendo o entendimento de cultura infantil a produção de sujeitos compradores, consumistas.
É incrível ao mesmo tempo chocante ver que as crianças estão sendo constituídos, em seus modos de ser, em suas identidades, o ter é mais importante do que ser, o parecer é mais significativo do que o ser. O publico infantil vem sendo bombardeado com produções midiáticas que as levam querer sempre, propagandas em meio aos desenhos animados fascinam a criança a querer um brinquedo novo, e o desejo de querer faz com que os pais comprem, para poder ver seus filhos felizes ou até mesmo pelo discurso de ver seus filhos quietos dentro de casa brincando. Pode isso até dar certo, mas o que vemos hoje é somente o consumismo a vontade de ter aquele brinquedo, no momento que a mídia mostra outro mais atrativo logo seu desejo pelo antigo acaba. E é assim sempre. E o consumismo sempre presente né!
Precisamos nós futuros educadores intervir ou de alguma maneira tentar diminuir essas “pedagogias culturais” (Shirley Steinberg) que seduzem seu publico alvo, no caso as crianças. Podemos na escola propor trabalhos como analisar artefatos midiáticos, tais como: jornais, revistas, vídeos, filmes, propagandas, entre outros; e pedir para que as crianças identifiquem falas ou propagandas que acham mais interessantes e assim propor uma discussão sobre esses “modos de endereçamentos” (Fischer), o que pensam? Se acham significativo ou não para sua vida? Dessa maneira podemos problematizar junto às crianças esses tipos de significações existentes no contexto deles. Fazer a criança pensar, problematizar e criticar tais assuntos e ajudar a mesma a   re-siguinificar sua identidade, seu modo de ser e não o de parecer ser.

Abaixo elencamos um artigo que fala sobre mídias, infância e consumo:

Sociedade de Consumidores

Quando se fala em mídias, a grande maioria da população logo pensa na TV, por vezes esquecemos que mídia também são imagens, músicas, a própria internet, enfim, tudo aquilo que de alguma forma nos influencia, nos interpela. Esse bombardeio de modos de ser, modos de se comportar, começa lá na infância, as crianças começam à, principalmente, assistir TV muito cedo, por isso são muito mais influenciáveis, assim a mídia vai constituindo os sujeitos, lhes dizendo o que comer, o que vestir, que programas assistir, entre outras coisas. Está formada uma geração de consumidores! A mídia em geral, gira em torno do consumo, novos produtos circulam nos intervalos da sua novela favorita ou alguns segundos antes de você assistir um vídeo no you tube, propagandas dizendo compre para ficar na moda, compre para emagrecer, compre para ser feliz. E nós, como consumidores dóceis que somos, compramos. Nosso papel como educadores (ou futuros) é problematizar essas questões, mostrar para nossos alunos (e para nós) que essa vida de consumo exagerado nos prejudica duplamente, pois além de não trazer a prometida felicidade causa danos, muitas vezes irreversíveis ao planeta. A analise de músicas, vídeos, filmes e programas de TV é uma maneira de fazer um trabalho pedagógico de conscientização sobre essas questões com as crianças, mostrar a elas através da própria mídia que consumindo exageradamente, temos muito mais a perder do que a ganhar.



Abaixo segue um vídeo que construímos acerca dessas questões.